E, quando menos se esperava, AN prova que, mesmo à beira do Natal, ainda há vida.
Então, há denúncia.
-SACOLAS DE DOAÇÕES SÃO ABANDONADAS EM CAMPOS:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM936189-7823-SACOLAS+DE+DOACOES+SAO+ABANDONADAS+EM+CAMPOS,00.html
-FURTO DE DONATIVOS EM SC:
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL924266-5598,00.html
Há também o protesto:
-JORNALISTA IRAQUIANO ATIRA SAPATOS EM BUSH DURANTE ENTREVISTA EM BAGDÁ:
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL922432-5602,00-JORNALISTA+IRAQUIANO+ATIRA+SAPATOS+CONTRA+BUSH+DURANTE+ENTREVISTA+EM+BAGDA.html
E há, ainda, o recado:
Não há apenas que ajudar, há que cobrar.
E há o mundo inteiro esperando pelo vinte de janeiro próximo.
ARBITRARY NOTES BOOKS & CO.
(em obras)
Tuesday, December 16, 2008
Thursday, December 4, 2008
Valsa-marcha Progressista.
Tempos de silêncio
são tempos para o pensamento
são tempos pós queimada nos campos,
quando só se resta em volta a lembrança
e a fumaça.
Quando o fogo morre e a fumaça se esvai e as cinzas voam...
...levanta-se o casarão do senhorio;
...faz-se a casa da servidão;
...cresce uma olaria, e do lado da olaria, uma plantação, e do lado da plantação, uma moenda;
...e na frente da casa, há um jardim com uma fonte e árvores e flores exóticas;
...e isso tudo se desfaz, de súbito,
de mau súbito.
------Uma doença que atinge em cheio o barão, a mão fortee da família padece, a família empobrece e perde suas terras para a criadagem, que agora também são donos de suas terras, donos de suas próprias mãos, de seus próprios pés.------
E então a terra se desfaz, e então a terra já não coopera mais,
e resolve ser vendida,
e toda construção é demolida, posta abaixo, todo o jardim é arrancado e também foi a fonte.
E vem então o progresso, esse ser cosmopolita, arlequinal,
o primeiro Mário de Andrade.
E põe-se em forma de prédio no meio do nada,
e põe-se em forma de indústria ao lado do prédio,
e divide-se na forma de funcionários-da-indústria-moradores da vila-dos-trabalhadores e
donos-da-indústria-moradores-do-prédio, sim, porque
havia uma vila atrás da fábrica
que virou duas
e três
e quatro
e quarenta
e cinqüenta
e quinhentas fábricas de todos os tipos:
fábricas de fumaça, fábricas de água suja, fábricas de trabalhadores, fábricas voltadas para o comércio de todo tipo,
que ocupavam centenas de milhares de trabalhadores sindicalizados uniformizados
mais ou menos o dobro de centenas de milhares de mãos
que ganhavam mal
que trabalhavam, suas mais ou menos centenas de milhares de mãos duas vezes ocupadas para alimentar seus filhos e suas famílias
e pagar o sindicato
e superalimentar o filho do burguês dono da fábrica e a família dele
e que não tolerava sindicatos. Assim que todas as árvores foram cortadas desse corpo venal abarrotado de costelas e outros ossos e infestado de bactérias chamado progresso
------------------------------------------------------------- chamado Tom Zé
*****************************************************chamado cidade,
onde quer que fosse.
E esses trabalhadores, reunidos num sindicato fizeram a paralisação
para parar de alimentar o filho gordo do burguês
a esposa gorda do burguês
o cão obeso e burguês
enquanto não pudessem alimentar dignamente seus filhos.
E após batalhas sangrentas com a polícia, o arlequim sem uniforme sem humor
conseguiu-se o aumento.
E lá foi o proletariado às compras.
Comprou arroz
comprou feijão
comprou carne
comprou milho
comprou pão todo dia de manhã fresquinho
comprou escola
comprou documentação
comprou
comprou
e comprou.
E comprou também um livro.
E quando ele leu o livro, ele se viu no livro,
no finalzinho, onde dizia
o sobrenome do burguês-patrão
que dava o nome à fábrica em que trabalhava,
mas que o filho, não,
o filho não trabalharia.
E então entendeu
entendeu a história daquele livro
entendeu o sumiço de todas as árvores,
entendeu o crescimento daquelas fábricas
e o porquê de toda aquela poluição.
Entendeu o antes:
os senhores, os servos, a fonte, o jardim, a moenda e a olaria.
Entendeu que não tinha mudado nada
e que o nome dessa não mudança era Progresso.
Sentou na porta do livreiro e chorou
lágrimas cinza.
Rafael Lemos. 04-12-'08
são tempos para o pensamento
são tempos pós queimada nos campos,
quando só se resta em volta a lembrança
e a fumaça.
Quando o fogo morre e a fumaça se esvai e as cinzas voam...
...levanta-se o casarão do senhorio;
...faz-se a casa da servidão;
...cresce uma olaria, e do lado da olaria, uma plantação, e do lado da plantação, uma moenda;
...e na frente da casa, há um jardim com uma fonte e árvores e flores exóticas;
...e isso tudo se desfaz, de súbito,
de mau súbito.
------Uma doença que atinge em cheio o barão, a mão fortee da família padece, a família empobrece e perde suas terras para a criadagem, que agora também são donos de suas terras, donos de suas próprias mãos, de seus próprios pés.------
E então a terra se desfaz, e então a terra já não coopera mais,
e resolve ser vendida,
e toda construção é demolida, posta abaixo, todo o jardim é arrancado e também foi a fonte.
E vem então o progresso, esse ser cosmopolita, arlequinal,
o primeiro Mário de Andrade.
E põe-se em forma de prédio no meio do nada,
e põe-se em forma de indústria ao lado do prédio,
e divide-se na forma de funcionários-da-indústria-moradores da vila-dos-trabalhadores e
donos-da-indústria-moradores-do-prédio, sim, porque
havia uma vila atrás da fábrica
que virou duas
e três
e quatro
e quarenta
e cinqüenta
e quinhentas fábricas de todos os tipos:
fábricas de fumaça, fábricas de água suja, fábricas de trabalhadores, fábricas voltadas para o comércio de todo tipo,
que ocupavam centenas de milhares de trabalhadores sindicalizados uniformizados
mais ou menos o dobro de centenas de milhares de mãos
que ganhavam mal
que trabalhavam, suas mais ou menos centenas de milhares de mãos duas vezes ocupadas para alimentar seus filhos e suas famílias
e pagar o sindicato
e superalimentar o filho do burguês dono da fábrica e a família dele
e que não tolerava sindicatos. Assim que todas as árvores foram cortadas desse corpo venal abarrotado de costelas e outros ossos e infestado de bactérias chamado progresso
------------------------------------------------------------- chamado Tom Zé
*****************************************************chamado cidade,
onde quer que fosse.
E esses trabalhadores, reunidos num sindicato fizeram a paralisação
para parar de alimentar o filho gordo do burguês
a esposa gorda do burguês
o cão obeso e burguês
enquanto não pudessem alimentar dignamente seus filhos.
E após batalhas sangrentas com a polícia, o arlequim sem uniforme sem humor
conseguiu-se o aumento.
E lá foi o proletariado às compras.
Comprou arroz
comprou feijão
comprou carne
comprou milho
comprou pão todo dia de manhã fresquinho
comprou escola
comprou documentação
comprou
comprou
e comprou.
E comprou também um livro.
E quando ele leu o livro, ele se viu no livro,
no finalzinho, onde dizia
o sobrenome do burguês-patrão
que dava o nome à fábrica em que trabalhava,
mas que o filho, não,
o filho não trabalharia.
E então entendeu
entendeu a história daquele livro
entendeu o sumiço de todas as árvores,
entendeu o crescimento daquelas fábricas
e o porquê de toda aquela poluição.
Entendeu o antes:
os senhores, os servos, a fonte, o jardim, a moenda e a olaria.
Entendeu que não tinha mudado nada
e que o nome dessa não mudança era Progresso.
Sentou na porta do livreiro e chorou
lágrimas cinza.
Rafael Lemos. 04-12-'08
Sunday, November 23, 2008
triste constatação
acho que a merda que tanto
lamento
meu deus, a merda está aqui dentro.
Diego Knack insano em 23 de novembro de 2008
lamento
meu deus, a merda está aqui dentro.
Diego Knack insano em 23 de novembro de 2008
Tuesday, November 18, 2008
Versos Para Quando a Tripulação da Caravela de Fernando Pessoa Chegar
Está lá, e lá estará para quando eu assim a quiser,
para quando tiver-me deitado, quando houver desistido,
para quando passar o momento de ter chorado.
A cama de armar, lá estará para quando a quiser.
Se ouço que viver não é preciso e navegar é necessário,
digo que a sentença só vale após ter-se sobrevivido,
não leva em conta os que do mar jamais hão de ter saído
(os afogados nem os desaparecidos).
Mas sei que se não é assim, tudo besteira é, do contrário.
Queria entender o que motiva-me a seguir caminho,
dependendo dessas pedras, pois, já estaria aterrado,
porém, não as culpo, alguém deve tê-las empurrado
tomando-me por morto apenas por estar sozinho.
Rafael Lemos. 18-11-'08
Quer falar conosco? Não deixe um comentário. Escreva um e-mail para arbitrarynotes@gmail.com e assim ficaremos sabendo da sua existência.
para quando tiver-me deitado, quando houver desistido,
para quando passar o momento de ter chorado.
A cama de armar, lá estará para quando a quiser.
Se ouço que viver não é preciso e navegar é necessário,
digo que a sentença só vale após ter-se sobrevivido,
não leva em conta os que do mar jamais hão de ter saído
(os afogados nem os desaparecidos).
Mas sei que se não é assim, tudo besteira é, do contrário.
Queria entender o que motiva-me a seguir caminho,
dependendo dessas pedras, pois, já estaria aterrado,
porém, não as culpo, alguém deve tê-las empurrado
tomando-me por morto apenas por estar sozinho.
Rafael Lemos. 18-11-'08
Quer falar conosco? Não deixe um comentário. Escreva um e-mail para arbitrarynotes@gmail.com e assim ficaremos sabendo da sua existência.
Thursday, November 13, 2008
notas nada arbitrárias ou confissões enquanto forçam minha cabeça contra uma bacia cheia d´água.
Bom o tempo da bola, da escola e das mentirinhas do "não gosto de você"
bom tempo que dizia eu te amo e puxava os cabelos
da infeliz pseudo-amada
que pouco entendia além dos meus lábios, da minha fala.
Aprendemos então a simular interioridades
comemorar falsas complitudes.
Perdemos, portanto a inocência.
Eramos felizes e nem sabíamos, entendem?
Daí, crescemos.o sentimento nunca mais arde pleno.
Ele sempre é de poréns.
O amor é seco por vezes, por outras, demasiado úmido.
Não satisfaz a boca.
Se hoje ela é sua, meu caro... ela já pertenceu a outros.
E mesmo agora, vocês não se pertencem.
é ilusão é ilusão.
A vivência do dia a dia
é mero jogo de retornos e tombos
à mesma individualidade escrota
no fim, rodamos rodamos a roda do mundo
e fundo no fundo
somos só um "eu".
agora quem fala sou eu.
Mas juro que belo d´um dia
será o de concordar e a hora de falar será de você.
Fim. A partir daqui não prometo sinceridade.
Diego Knack - 13 de Novembro de 2008
bom tempo que dizia eu te amo e puxava os cabelos
da infeliz pseudo-amada
que pouco entendia além dos meus lábios, da minha fala.
Aprendemos então a simular interioridades
comemorar falsas complitudes.
Perdemos, portanto a inocência.
Eramos felizes e nem sabíamos, entendem?
Daí, crescemos.o sentimento nunca mais arde pleno.
Ele sempre é de poréns.
O amor é seco por vezes, por outras, demasiado úmido.
Não satisfaz a boca.
Se hoje ela é sua, meu caro... ela já pertenceu a outros.
E mesmo agora, vocês não se pertencem.
é ilusão é ilusão.
A vivência do dia a dia
é mero jogo de retornos e tombos
à mesma individualidade escrota
no fim, rodamos rodamos a roda do mundo
e fundo no fundo
somos só um "eu".
agora quem fala sou eu.
Mas juro que belo d´um dia
será o de concordar e a hora de falar será de você.
Fim. A partir daqui não prometo sinceridade.
Diego Knack - 13 de Novembro de 2008
Tuesday, November 11, 2008
Bar de Vídeos.
Arbitrary Notes Books & Co. apresenta hoje em seus Bar de Vídeos um documentário da fotógrafa Jessica Dimmock, "The Ninth Floor" (O Nono Andar).
Assim escrito no site, sobre o filme, em tradução livre:
"Em 2004, de 20 a 30 jovens viciados moravam no nono andar de um elegante e estreito prédio com vista para a Fifth Avenue, Manhanttan. Os intrusos haviam transformado o apartamento em um escuro, desesperador e caótico lugar.
Gente empilhada, cortada, picada e fumada em todo lugar possível. Amigos iludindo uns aos outros por sua próxima picada. Eles dormiam em pilhas de roupas no chão. A eletricidade havia sido cortada; o banheiro era inutilizável; a cozinha, cheia de lixo. Tudo de valor havia sido vendido.
Por aproximadamente três anos, Jessica Dimmock seguiu esse bando documentando o que aconteceu a eles após seu despejo, como eles lutaram para ficarem limpos, afundaram no vício, foram para a prisão, começaram famílias e esforçaram-se para sobreviver."
Interessante também é o site em si, com diversos outros vídeos. Segue então o documentário e, em seguida, o site oficial da fotógrafa.
Assim escrito no site, sobre o filme, em tradução livre:
"Em 2004, de 20 a 30 jovens viciados moravam no nono andar de um elegante e estreito prédio com vista para a Fifth Avenue, Manhanttan. Os intrusos haviam transformado o apartamento em um escuro, desesperador e caótico lugar.
Gente empilhada, cortada, picada e fumada em todo lugar possível. Amigos iludindo uns aos outros por sua próxima picada. Eles dormiam em pilhas de roupas no chão. A eletricidade havia sido cortada; o banheiro era inutilizável; a cozinha, cheia de lixo. Tudo de valor havia sido vendido.
Por aproximadamente três anos, Jessica Dimmock seguiu esse bando documentando o que aconteceu a eles após seu despejo, como eles lutaram para ficarem limpos, afundaram no vício, foram para a prisão, começaram famílias e esforçaram-se para sobreviver."
Interessante também é o site em si, com diversos outros vídeos. Segue então o documentário e, em seguida, o site oficial da fotógrafa.
http://mediastorm.org/0021.htm
http://www.jessicadimmock.com/
A.N.B. & Co.
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